sexta-feira, 8 de maio de 2009

A Estrada

Existe uma estrada cheia de buracos - enlameada, escorregadia e com partes faltando. Uma pessoa, completamente sozinha, começa a escalá-la. É difícil, leva muito tempo e a pessoa não tem ajuda alguma. Toda hora, cai, machuca-se, mas continua subindo, continua insistindo. Em certo ponto, suas forças acabam. Ainda assim, vai em frente.
Finalmente, encontra um pedaço livre e bonito; quase sem obstáculos. Dá-se esperanças e segue em frente. Tudo é tão lindo; parece que os inúmeros obstáculos ficaram para trás. De repente, encantada pela paisagem, a pessoa não consegue enxergar um pé esticado no meio do caminho.
Caída, rola estrada abaixo, sabendo que foi proposital, sabendo que precisará recomeçar tudo outra vez. E recomeça.
Sempre naquele mesmo ponto, depois do alívio de esquecer toda a dor, vê-se empurrada novamente. É proposital; podem-se ouvir as risadas.
As forças terminam e a pessoa desiste. Sabe que não há outro caminho, que não há ninguém, exceto obstáculos invisíveis que vão derrubá-la hora após horas. Ela é invisível

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