sexta-feira, 8 de maio de 2009

Transfusões

Preciso fugir, preciso me livrar destas correntes. Estão perseguindo-me. Membro a membro, passo a passo; cada respiração sôfrega. Não há onde esconder-se e tudo é escuro, querem matar-me, querem dissecar-me e descobrir como funciona o cérebro de um monstro - o meu cérebro.
Querem arrancar pedaço por pedaço - quem sabe não tenho um gosto gostoso, apesar de todo o exterior? - Desespero-me, estou só, vejo vultos e não sei se são reais. São meus próprios vultos? Ninguém pode me ajudar, querem destruir-me para que ninguém mais precise me ver. Vejo uma faca, uma foice, um martelo. Com o martelo, meus membros serão retirados. Não há nada para ver, há? Peço socorro, mas morri. Estou morta. E eu mesma me matei.

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